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História

Em 1958…

A história de luta do magistério capixaba remonta ao ano de 1958 quando em17 de abril foi criada a União dos Professores Primários do Espírito Santo (UPPES) tendo como presidente a professora Ana Maria Bernardes da Silveira Rocha. O objetivo da UPPES era o de organizar as atividades docentes e encaminhar as questões pertinentes ao exercício da função de professoras primárias no Estado.

As presidentes nos próximos 20 anos foram as professoras Diana Nasser Vanderley, Yracema Conceição Silva, Lucilia Lamego Passos e Adelaide Freitas e, até então, não havia confronto entre a categoria e o Governo.

Em 1979, ocupa a presidência da entidade a professora Myrthes Bevilacqua Corradi. Seu mandato teve uma movimentação expressiva iniciada pela categoria na busca por soluções às suas reivindicações. Nessa época, no país crescia uma oposição à situação política, econômica e social vigente. A UPPES decidiu por uma linha de ação mais institucional e legalista, que servisse aos interesses dos professores. Nesse período, adquiriu sede própria, na Rua Duque de Caxias, Centro de Vitória, instituiu os convênios médico odontológicos para a categoria e reformulou o Estatuto da entidade.

Nasce a UPES

Também foi nesse ano que a UPPES passou a ser a União dos Professores do Espírito Santo (UPES) e, assim, adquiriu sede própria, instituiu convênios na área de saúde e, entre outras conquistas, iniciou litígios na Justiça com vistas a combater as ilegalidades e injustiças cometidas contra o professor. E foi criado o Clube do Professor, em Jacaraípe, além da intensificação de todas as vantagens e melhorias na área de saúde, higiene e lazer para o Magistério Capixaba.

Para tentar solucionar os problemas enfrentados pelo ensino público, os professores propuseram uma série de reivindicações: revitalização do ensino polivalente, criação de escolas técnica,s redução da repetência e evasão escolar, defesa pela distribuição da merenda escolar, conservação, construção e aproveitamento das escolas; intensificação da cobrança do salário educação; enquadramento de professores de classes especiais e o limite de número de alunos excepcionais por turma, de acordo com a deficiência apresentada.

No dia 04 de novembro de 1982, assumiu a presidência da UPES o professor José Aguilar Dalvi, substituindo José Maria Coutinho, que renunciou ao mandado, após uma assembleia dos professores. Aguilar ficou na presidência por dois mandatos e mudou o perfil da UPES, que deixou de lado uma linha de ação conciliadora com a política vigente e entrou na linha do sindicalismo conhecido como combativo. Nesse período, uma demanda crescente de organização dos professores das redes municipais que se formavam foi se configurando. No Congresso Estadual de 1987, após muitas discussões e divergências, a entidade se filiou à Central Única dos Trabalhadores.

As greves e manifestações

Esse período foi marcado por greves e grandes manifestações por reajustes salariais e condições de trabalho. Aconteceram reformas estatutárias visando a um melhor funcionamento da entidade e que criaram instâncias de discussões e de participação mais democráticas tais como: Congresso Estadual; normatização das assembleias; Conselho Geral formado pela direção eleita para mandato de três anos e representação das subsedes e de cada coordenação municipal; conselho municipal composto do conjunto das representações dos professores por turnos das escolas; e um conselho fiscal, que, diferentemente da maioria dos sindicatos, federações e confederações, tem seu mandato de dois anos e é eleito em separado da direção, nos congressos estaduais da categoria.; Conselhos municipais e Conselho Fiscal.

Em 1988, ganha a direção da UPES uma chapa de oposição à então gestão, já como consequência direta da nova relação que se estabelece com o movimento sindical, com a filiação à CUT, liderada pelo professor José Guilherme Pires Encarnação. Com o slogan “Educação: não deixe esta chama de apagar”, o grupo de apoio à direção pregava mecanismos de embate baseados na redução da carga horária (hora-aula) sem paralisações nos dias de trabalho. Este tipo de protesto ficou conhecido no Estado como “operação tartaruga”.

A categoria percebeu a necessidade de superar a linha política traçada de menos embate. O grupo político que pregava um sindicalismo mais combativo começava a demarcar as diferenças. Foi crescendo como a opção de renovação de luta na categoria.

SINDIUPES

Em 1989, no Congresso Estadual, em Guarapari, acontece como resultado dessa luta a unificação da Upes com a Associação dos Orientadores Educacionais (AOEC) e dos Supervisores Escolares (Assec), em 1989, e a transformação da UPES em sindicato. Estava fundado o SINDIUPES.

Tendo como principal bandeira de luta o lema “Em defesa da escola pública gratuita e para todos” foi eleita a nova direção do SINDIUPES, em 1991, tendo seu presidente o professor Arthur Sérgio Rangel Viana. Este mandato foi singular. Por dois anos seguidos o Sindicato teve sérios enfrentamentos com o governo estadual, então administrado pelo governador Albuíno Azeredo.

Duas longas greves foram realizadas. Na segunda paralisação, Albuíno Azeredo, tentando desqualificar o movimento, ficou 40 dias sem receber os dirigentes do magistério, sob alegação de que não eram os representantes legítimos da categoria. O governo queria eleger como interlocutores do magistério os diretores de escola, naquele momento eleitos pelo voto direto, uma das principais conquistas do magistério. Com essa greve, o magistério conquistou ganho real de salários e quase atingindo sua meta de um piso salarial – piso do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – proporcional à jornada semanal de trabalho.

Nesse período, essa ação travada entre o Sindiupes e o governo espelhava também a luta de outras entidades de servidores públicos estaduais. Seis entidades: Sindiupes, Sindipúblicos, Sindifiscal, Sindipol, Siseadas e Sindisaúde, que representavam 95% dos servidores estaduais, passaram a trabalhar conjuntamente na elaboração de saídas para os problemas comuns. E assim foi criada a Intersindical dos Servidores Públicos Estaduais.

Ao final do governo Albuíno, o cenário econômico, político e social se altera substancialmente com o Plano Real e a reorganização do capitalismo através da política neoliberal em que vemos o Brasil ser submetido.

Em 1995, quando do segundo mandato de Arthur Viana, assume o governo estadual Vitor Buaiz, eleito com o projeto democrático e popular, trazendo esperança também para o magistério de que educação pública teria, enfim, vez. Porém, nos primeiros meses de governo ocorre o abandono deste projeto e as relações privilegiadas com os empresários se intensificam.

O funcionalismo público é apresentado à população como o causador da crise do estado. O movimento dos professores, que em um primeiro momento recuou, retoma junto à Intersindical as paralisações e tentativas de paralisações.

Em 1997, uma chapa única, encabeçada pela professora Maria Aparecida Figueiredo Louzada busca manter o ritmo de resistência da categoria aos projetos que se somam de desmonte da educação pública. Nesse período, acontece uma intervenção judicial no Sindiupes, que afasta a diretoria e indica uma junta governativa para administrá-lo. É nesse período que o secretário de Educação consegue aprovar nove projetos na Assembleia Legislativa, dentre eles o da criação das Organizações Sociais, baseadas na visão do ministro Bresser Pereira, abrindo as portas à iniciativa privada.

Sindiupes

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